Leão à espreita
As áreas contábil e tributária deixam de ser uma simples obrigação e ganham importância estratégica nas empresas. Isso porque a Receita Federal e as secretarias de fazenda (Sefaz) estaduais instituíram o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), que determina a digitalização dos livros contábeis e fiscais das organizações.
Com isso, o Fisco passa a ter acesso quase em tempo real a toda movimentação financeira e cruzará essas informações - o que facilitará identificar erros nas declarações, sejam eles cometidos sem intenção ou por má-fé.
Em meados de agosto, a B2B Magazine e a consultoria KPMG reuniram executivos de empresas de diversos setores para discutir o que muda com o novo sistema - o Dossiê SPED. O debate foi tema de matéria da edição 99 (setembro/09) da revista B2B e agora continua na internet, pelo fórum virtual sobre SPED. Basta se cadastrar para opinar.
Firmado em três grandes subprojetos - a nota fiscal eletrônica, e as escriturações fiscal e contábil -, o SPED já obrigou empresas de 59 setores a emitirem notas eletrônicas e, em junho, 9 mil estabelecimentos com Faturamento superior a R$ 60 milhões anuais entregaram seus livros contábeis de 2008 em formato digital.
O SPED Fiscal, considerado o mais complicado por conta da quantidade de campos a serem preenchidos, foi adiado para setembro, quando 30 mil estabelecimentos deverão entregar arquivos fiscais referentes ao período de janeiro a agosto.
Os prazos geraram correria no mercado, com executivos atrás de consultorias e fornecedores de software para implementarem soluções capazes de gerar os arquivos digitais no padrão exigido pela Receita Federal. Mas entregar na data, apenas, não basta.
Durante o Dossiê SPED, Roberto Cunha, sócio da KPMG, alertou sobre os riscos de relaxar após a entrega dos livros. "Agora, a Receita vai cruzar informações e isso representará um Risco a mais às empresas". Portanto, antes de serem autuadas, as empresas devem prevenir possíveis falhas.